LUÍS CABRAL nasceu em Bissau, a 10 de abril de 1931. Fez os seus estudos primários e secundários em Cabo Verde e na Guiné- Bissau, onde trabalhou na Casa Gouveia.

Tendo começado a desenvolver atividades políticas contra o fascismo-colonialismo, sempre em conjunto com seu irmão, Amílcar Cabral, em 1956, os dois, Amílcar e Luís, Aristides Pereira (primeiro Presidente da República de Cabo Verde), e mais alguns nacionalistas, fundaram o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Forçado a deixar Bissau, na sequência da repressão desencadeada pela PIDE, durante e após o massacre de Pidjiguiti, em 1959, participou na preparação da luta armada como membro do Bureau Político do PAIGC e membro do Conselho de Guerra.

Um dos fundadores da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné, de que foi o primeiro secretário-geral, mais tarde, durante a guerra de libertação, foi ainda o responsável pela reconstrução nacional das regiões libertadas.

Secretário-geral adjunto do PAIGC em 1973, no decorrer do II Congresso, foi eleito nesse mesmo ano durante a Assembleia Nacional que proclamou a independência nacional. Presidente do Conselho de Estado da República da Guiné-Bissau, cargo para o qual foi reeleito em 1976, já depois do reconhecimento por Portugal.

Luís Cabral desenvolveu intensa atividade no país e ao nível das relações externas, tendo, como Chefe de Estado da Guiné-Bissau, visitado numerosos países da Europa, África, Ásia e América Latina.

Primeiro Presidente de um país africano de expressão portuguesa, Luís Cabral foi também o primeiro a visitar oficialmente Portugal logo no princípio de 1978, e teve mesmo um papel importante na aproximação entre Portugal e as suas ex-colónias. Foi na capital da Guiné-Bissau, designadamente, que se efetuou o primeiro encontro oficial entre Ramalho Eanes e Agostinho Neto, iniciando uma nova era nas relações entre Portugal e Angola, sob a égide do chamado “espírito de Bissau”.

No ano em que se celebra o centenário de nascimento de Amílcar Cabral e os cinquenta anos do 25 de Abril, a reedição deste livro, originalmente publicado em julho de 1984, é uma homenagem ao seu Autor, um incontornável nome na História das lutas de libertação em África, que nos deixara no dia 30 de maio de 2009.